Entrando no séc.XIX por volta de 1700,
hoje vamos conhecer o período Neoclássico!
David "Madame Récamier"
Segundo Edgar Poe o neoclassicismo foi "A gloria que foi a Grécia e a grandeza que foi Roma".
A pintura neoclássica volta ao estilo clássico do séc XVIII, da Grécia e Roma. Um dos motivos para essa retomada foram as pesquisas na área de arqueologia que se aprofundaram muito.
As escavações trouxeram com tudo o interesse pelo mundo greco-romano, porém agora, com todo o conhecimento de pintura e escultura já adquirido durante os anos.
David "A mulher Sabina para a luta entre os Romanos e as Sabinas"
O neoclassicismo foi uma reação contra todo o exagero e extravagância do barroco e rococó.
Os artistas neoclássicos se baseavam na figura humana de proporções clássicas, as cores eram, o contrário do estilo barroco, frias e o contraste de claro/escuro era "bem calculado", a perspectiva era exata tornando a obra rigorosamente rígida.
Ingres "Apoteose de Homero"
Para entender melhor...
Valores: Ordem, solenidade
Tom: Calmo, racional
Temas: História grega e romana, mitologia
Técnica: Enfatiza o desenho com linhas, não cor;
não há vestígios de pinceladas
Papel da arte: Levantar a moral, inspirar
Fundador: David
QUEM ERA QUEM
David: Era o bambambam do neoclássico, foi o fundador do estilo. Em uma viagem a Roma, quando viu a arte clássica pela primeira vez, teve uma revelação e disse sentir como se "tivesse sido operado de catarata"! A partir daí jurou se dedicar ao estilo grego puro.
"O Juramento de Horácios"
"A Coroação de Napoçeão I e Imperatriz Josefina"
Ingres: Foi o mais fino desenhista do neoclassicismo. Aos 11 anos frequentava a escola de artes e aos 17 fazia parte do ateliê de David.
A pele de suas figuras parece ter sido polida, com uma fina camada de tinta e leves pinceladas imperceptíveis. Ingres caprichava nos tecidos, onde podemos perceber a diferença clara entre seda e cetim, por exemplo.
"A grande odalisca"
"Retrato da princesa de Broglie"
Detalhe de "Retrato da princesa de Broglie"
Goya: Francisco De Goya foi um pintor sem rótulos, tinha um estilo próprio que não se encaixava em nenhum outro, era uma mistura de todos.
Foi um rebelde a vida toda, trabalhou para a monarquia espanhola retratando a família real de maneira irônica sem que percebessem.
"A Família de Carlos IV da Espanha"
"O Três de Maio de 1808"
CURIOSIDADES!
A obra-prima de David, "Morte de Marat", tem uma história curiosa e muito simbolismo.
Marat foi médico, filósofo, cientista, jornalista, e político Jacobino.
Revolucionário radical a favor da república, era amigo íntimo de David que também fez muitos quadros de propaganda em prol da república e inclusive votou a favor da guilhotina para o rei Luís XVI.
Para fugir da polícia antes da Revolução Francesa, Marat se escondeu nos esgotos de Paris e lá contraiu psoríase (uma doença inflamatória de pele), por esse motivo tinha que trabalhar imerso em um banho medicinal, usando um caixote como sua escrivaninha.
Marat estava em sua banheira em 13 de julho de 1793, quando uma jovem mulher, Charlotte Corday, dizendo ser uma mensageira aliada, pediu para ser admitida em suas dependências.
Ao entrar, Corday puxou uma faca e esfaqueou-o no peito. Marat gritou "À moi, ma chère amie!" (Ajude-me, cara amiga) e morreu. Corday era uma contra-revolucionária Girondina. Ela foi guilhotinada em 17 de Julho de 1793 por homicídio.
Durante seus quatro dias de julgamento, testemunhou que havia realizado o assassinato sozinha, dizendo "Eu matei um homem para salvar 100.000."
Assim que ficou sabendo da morte do amigo, David correu para a cena do crime para registrá-la. Na pintura de David, Marat é retratado como o próprio Cristo injustiçado, com o corpo inerte e o braço caído, assim como na famosa estátua "Pietá" de Michelangelo.
"Morte de Marat"
Pietá
Mudando de assunto...
Pintar uma mulher nua na inquisição espanhola era uma atitude rara. Mas Goya não se intimidou, pintou "La maja despida" e também "La maja vestida" que era colocada sobre a primeira tela para escondê-la. A modelo era Pilar Teresa Cayetana, a duquesa de Alba, amante do pintor. Os dois quadros pertenciam à sua coleção.
A fama de Goya ser um pintor rápido nasceu justamente desse caso envolvendo a duquesa. Seu marido teria sido informado que o pintor teria feito um retrato da duquesa sem roupas, e anunciou que iria até o estúdio para defender sua honra. Quando chegou lá no dia seguinte encontrou o retrato da mulher toda cobertinha. Goya teria pintado o segundo quadro durante a noite.
Próximo post de História da Arte...o Romantismo estará no ar!
Até mais!
Fonte: Guia dos curiosos, Marcelo Duarte; Arte Comentada, Carol Strickland; Wikipédia.
Imagens: Reprodução
Imagens: Reprodução
SUALLVEEE
ResponderExcluir